Terça-feira, 21 de outubro de 2008, eu fui ao shopping Center Norte buscar um DVD que havia comprado. Cheguei, estacionei meu carro e quando entrei no shopping senti uma sensação estranha, como se não devesse estar ali ou como se algo estivesse me dizendo: "Sua besta, você deveria ter comprado pela internet, vai logo buscar esse negócio e dá o fora daqui logo!"
Mas porque? Porque este sentimento desconfortante quando estava ali?
Comecei a pensar sobre isto enquanto ia buscar meu DVD. Estava incomodado! Lembrei-me então de uma palestra que ouvi do Frei Betto, num congresso de teologia que fui.
Ele dizia que certa vez passeava pelo shopping e ficou olhando as vitrines. Uma vendedora muito simpática perguntou se ele queria comprar algo. Ele disse: "Não, estou apenas fazendo um passeio socrático!"
A vendedora não entendeu nada e ele explicou que na Grécia Antiga, haviam os mercados em que se vendia de tudo e Sócrates passeava por lá de vez em quando. E quando os vendedores perguntavam se ele queria comprar algo, respondia: "Não, estou aqui apenas para ver tudo o que existe que é completamente desnecessário para que eu seja feliz!"
Me senti assim no meu passeio. Olhei para as pessoas comprando, consumindo, sendo "felizes" porque passariam a ter algo. Não quero aqui julgar a felicidade de ninguémm, mas será que isso realmente é felicidade?
Hoje, nossa sociedade Pós-Moderna valoriza muito mais a quem tem do que aquele que é algo. O que adianta ser inteligente, sábio, culto, amoroso, paciente, piedoso, fiel, amigo, alegre, se você não tem carros, casas, artigos tecnológicos, roupas da moda, tênis de marca e toda a parafernalha que poderia citar aqui.
Somos consumistas ao extremo! E realmente não paramos para pensar nisto. Compramos sem nos importar. Aliás, muitas das vezes, nos importamos somente em comprar. Eu me incluo nisto, porque a cultura é tão envolvente que muitas vezes você se pega fazendo coisas que são inerentes ao meio em que vive, sem parar para pensar.
Por isso, ao contrário do que pensam os mídia (meio de comunicação de massa), que desejam "emburrecer" o povo para que realmente não pensem, mas sejam manipulados, consumam, comprem, etc.. Precisamos estimular as pessoas a pensarem, formarem sua própria opinião. E neste ponto do consumismo, não só comprar, comprar e comprar sem necessidade ou pura e simplesmente para manter o status-quo.
Em uma definção, "consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de influência que as empresas, por meio da propaganda e da publicidade, bem como a cultura industrial, por meio da TV e do cinema, exercem nas pessoas. Muitos alegam que elas induzem ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um fenômeno da sociedade contemporânea.
A diferença entre o consumo e o consumismo é que no consumo as pessoas adquirem somente aquilo que lhes é necessário para sobrevivência. Já no consumismo a pessoa gasta tudo aquilo que tem em produtos supérfluos, que muitas vezes não é o melhor para ela, porém é o que ela tem curiosidade de experimentar devido a propagandas na TV, devido a ser um produto de marca." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumismo)
Quando estava no shopping lembrei-me de que eles são projetados para serem as catedrias desta sociedade consumista. Inclusive, sua arquitetura até lembra a de antigas catedrais medievais e isto não acontece sem propósitos claros. "Suas portas estão sempre abertas, os apelos a epiderme são grandes: sentir, ver, tocar, saborear, vestir, curtir." (SOARES, 2006)
"Ter, ter, ter, experimentar, querer sentir, preciso consumir!" Ah, como as pessoas tem desejos diferentes daquilo que Deus planejou para elas. Paulo nos mostra que a graça de Deus nos basta e temos que estar dispostos a faz a vontade do Pai:
"A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo" - 2Co 12.9
"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" - Rm12.2
Paulo ainda afirma que sabia viver em qualquer situação de acordo com a vontade de Deus em sua vida:
"Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece" - Fp4.11-13
Será que sabemos viver isto que Paulo disse e de fato vivia? Ou criticamos tanto a Teologia da Propesridade, mas no fundo queremos ter tudo aquilo que se promete neste tipo de discurso.
Pensemos sobre que tipo de vida levamos e que tipo de evangelho vivemos. Deus não nos chamou para uma vida de consumismo, mas para uma vida de submissão à Sua vontade. Se Ele conceder bênçãos materiais, maravilha. Se não, maravilha também, porque há coisas muito mais importante do que as coisas que podemos comprar. Além do mais, aquilo que é necessário à nós, Deus jamais deixará faltar:
"Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão" - Sl37.25
"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas (alimento e vestes) vos serão acrescentadas" - Mt6.33
Que Deus nos ajude a viver para a Sua glória!
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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Um comentário:
E issu nos faz refletir uma duvida que todos os que não se permitem ter ideáis formulado por manipuladores de informações: "Até quando o Evolucionismo realmente nos ajuda a evoluir?"
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