segunda-feira, 27 de outubro de 2008

São Paulo: a interioriana capital do país

Eu amo São Paulo! De coração sinceso, apesar da violência, problemas sociais, desigualdade, trânsito, habitação, vida corrida, qualidade de vida ruim por conta desta master correria, entre outros problemas que temos, acho esta cidade fantástica.
Digo isto não só porque nasci aqui, me criei aqui e acostumei com o ritmo acelerado de São Paulo, o que acho que já seriam grandes motivos para gostar daqui. Mas também porque na mesma proporção dos problemas que temos, há coisas maravilhosas no que diz respeito à cultura, artes, música, gastronomia, lazer, ciência, etc..

Mas o assunto que gostaria de levantar é algo que veio em minha mente na noite de 27/10/2008, ontem, quando voltava da Av. Paulista com meu amigo Rafael, o Feijão.

Você já percebeu quantas pessoas em São Paulo adoram estar no interior de alguma coisa?
É verdade! Seja no trabalho, seja em casa, seja num restaurante, seja na balada, seja na igreja, enfim, as pessoas da capital, são por demais "interioranas', no sentido de sempre estarem no interior de algum lugar.

Aí você deve estar se perguntando: "Mas que cara idiota! É lógico que as pessoas vão ficar dentro de algum lugar. O que se faz no meio da rua? Afinal, com tanta violência, não dá para ficar do lado de fora de qualquer lugar".

Aí eu pergunto: "Será? Será mesmo que não dá para sentar na calçada da sua casa com os seus vizinhos e amigos, tomando aquela cerveja geladinha ou a coca-cola para quem não curte o álcool, pegar o violão, cantar canções e jogar conversa "fora"?"
Digo "fora" entre aspas, porque uma boa conversa nunca é perdida, mas se ganha muito com ela.


Acho que isto é válido e perdemos esta coisa maravilhosa. Quando vou para Marília, no interior de São Paulo, casa da minha tia, faço isto com meus primos e é muito legal. E não necessariamente ficamos na rua, mas na varanda ou na garagem com o portão aberto.

Paradoxalmente, na cidade do interior, ficamos do lado de fora e na capital, ficamos dentro dos nossos redutos que nos trazem a tão desejada pseudo-segurança.


Talvez você ache uma bobagem o que estou falando. Talvez até mesmo eu ache. Mas desafio-nos a pensarmos sobre isto e tentar.

Ao menos tentar, ao menos pensar, pelo isso podemos. Ou será que não?

Um comentário:

Chiara Gonçalves disse...

Digamos que pode parecer um pensamento no início um tanto estranho...mas, refletindo sobre o fato...tem uma verdade nisso!