segunda-feira, 6 de abril de 2009

A vida não para...

Você já ouviu a música Paciência do Lenine? Se não ouviu eu recomendo que escute. Se ouviu, sabe que é ótima. Porém, estes dias estava ouvindo esta canção e parei para pensar nela de maneira mais profunda. Veja quantos questionamentos nos apresenta sobre nossa vida:

“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para”

Há momentos na vida que preciso de mais calma. As circunstâncias pedem isto, o corpo precisa. Mas a vida? Ela não para, ainda mais na megalópole que vivemos.

“Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara”

O tempo acelera. Aliás, cada dia mais parece que o tempo passa mais rápido. Porém, é o mesmo tempo, mas a nossa vida está cada vez mais acelerada, cada dia mais agitada, cada vez mais atarefada, que parece que o tempo voa. Neste meio tempo nós nos esquecemos do valor que a nossa vida tem, pois ela é tão rara, e deixamos nos levar pela velocidade estonteante que a sociedade nos imprime. Precisamos trabalhar, estudar, crescer, lucrar, conquistar... Ah! Dá para parar e pensar um pouco? Pô! Nós marcamos hora para tudo. Até com os amigos para nos divertir.
Será que deveria ser assim mesmo? Não aguento mais!!!

“Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência”

Talvez não devesse ser assim, mas a loucura finge que tudo isso é normal. É, até podemos parar para pensar sobre isso. Mas quem quer saber? Deixa para lá, é normal, não vai fazer diferença nenhuma. Será?
Nesta toada, eu finjo ter paciência (a minha está quase no limite). Aliás, é isso que o mundo espera de nós ou será que nem isso?
O mundo espera alguma coisa de nós? Sim: produtividade, lucro, rentabilidade, etc..

“Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara”

Falta tempo para pensar, para meditar, para refletir sobre o rumo que a nossa vida tomou. Aliás, não temos esse tempo para perder. Mas quem lhe disse que pensar na vida é perder tempo? Quem lhe disse que parar um pouco e meditar é perda de tempo? Mas mesmo que não confessemos, nós temos isso internalizado, porque senão teríamos tempo para “perder” pesando nos rumos que a nossa vida vai tomando, se é que ela vai tomando algum rumo. Muitos ficam ao sabor do vento ou param no meio do caminho.
Se conseguíssemos mensurar o quanto a vida é rara, talvez o nosso dia-a-dia fosse menos louco e pudéssemos valorizar melhor a nossa vida!

Crises? Quem nunca teve crises? Precisamos encará-las com o peito aberto e expressar nossas opiniões. Aí, o mundo vai me pedir um pouco mais de calma. Eu sei disso...

Sabe o que faço? Eu finjo ter paciência!